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Jovens aprendem a fazer sapatos de luxo à mão

Jovens aprendem a fazer sapatos de luxo à mão

oficina HIGH-END SHOE

A produção manual é cada vez mais valorizada pelos clientes de todo o mundo e a procura por artigos exclusivos, produzidos à mão, é cada vez maior.  Uma nova geração de artesãos, mais sofisticados e inovadores, oferece hoje os mais variados produtos exclusivos, personalizados e caros. Um par de sapatos feito à mão pode custar várias centenas de euros.

Nesse sentido, o CTCP promoveu a 2ª oficina HIGH-END SHOE: Manufatura de Calçado de Alta Gama/Luxo, que terminou no dia 6 de dezembro com a apresentação pública dos 14 modelos de sapatos feitos à mão, pelos formandos. Os jovens envolvidos conceberam e produziram o seu próprio par de sapatos de senhora de alta gama.

Para a coordenadora da área de formação do CTCP, Rita Souto "esta formação pretende sensibilizar e desenvolver competências na área de desenvolvimento, manufactura e venda de calçado com alto nível de diferenciação” aumentando, em simultâneo, “a empregabilidade, e contribuindo para o aumento da competitividade das empresas em geral”.

É o caso de Maria Alexandra Praça, de 42 anos, e desempregada. Confessa que optou por esta formação “por curiosidade”, mas igualmente pela vontade de “ aprender todas as etapas pelo que um sapato passa até ao produto final.” Finalizada esta etapa, Maria Praça avalia a possibilidade de “iniciar um projeto no setor do calçado”. Com o mesmo propósito, a administrativa Fernanda Fina Sargo, de 45 anos, pretende dar “continuidade ao curso CET de Designer de Calçado. “Espero que os novos conhecimentos me sejam úteis para poder ingressar numa empresa de calçado”, sublinhou. Sara Fernandes Tavares, de 21 anos, apaixonou-se por este «mundo mágico» do calçado quando integrou um curso de preparação para um CET em design de Calçado. Agora, ambiciona ser designer ou modeladora numa empresa de calçado. Já Paulo Miguel Moreira, assistente administrativo, de 38 anos, está ligado à indústria há 16. “Esta oficina veio ajudar e instruir-me sobre determinados processos, nomeadamente na área da modelação”. Com as novas competências olhará, agora, para o mercado, com “um olhar mais cirúrgico”, procurando “primar pela ela diferença”.

Isabel Carvalho é investigadora. Auto-intitula-se como “uma outsider”. “Integro este projeto com os objetivos de compreender como se desenvolve todo o processo de criação e confeção artesanais (principalmente no segmento de luxo), de conhecer os passos e técnicas envolvidas desde o momento da conceção e idealização de um sapato até à sua comercialização, bem como de aprender com experiência dos outros e, por fim, e de potenciar relações de futuro nesta indústria”. Mais do que uma paixão, considera o calçado “uma inspiração” e “o know-how que adquiri neste curso será fundamental para criar a minha própria empresa”.

Filipe Moreira é o «rebelde» do grupo. Com 35 anos, leva há mais de uma década de dedicação ao setor, ora como designer , ora como agente de desenvolvimento. Pretende, agora, “estar um passo à frente de outros profissionais, no que diz respeito à manufatura de calçado de luxo”. Agora, “adquiri a capacidade de discutir ao pormenor e os processos para poder aconselhar e mesmo realizar os conceitos que idealizo”.

Esta formação proporcionou aos participantes uma experiência prática e compreendeu todas as etapas que envolvem a criação de um sapato (modelação, corte, pré-costura, costura, montagem e acabamento)e combinou formação prática, presencial e online (highendshoe.ctcp.pt) com visitas a empresas e workshops.

Esta oficina foi promovida pelo CTCP, no âmbito do projeto Contratos Locais de Desenvolvimento Social - 3G (CLDS - 3G) e decorreu no ShoeFabLab do CTCP, em São João da Madeira, um espaço criado no âmbito do projeto Step2footure, destinado à formação de quadros e a apoiar novos projetos na área de produção de calçado.